Meu nome é Soniete Santos, tenho 49 anos e aos 43 tive o primeiro diagnóstico de câncer (mama). Reagi como se fosse o meu último minuto na terra. Havia perdido minha mãe em 2001, num câncer generalizado, em poucos meses e com muitas dores.

Estava ainda traumatizada com tudo o que ela passou, por não ter descoberto a tempo, e ao mesmo tempo por não poder fazer algo para diminuir seu sofrimento.

Fiz a cirurgia e comecei as sessões de quimioterapia, após isso, me considerando curada, fazia os exames de rotina, voltei a vida normal. Quando estava com 5 anos de tratamento (em 2011), sem nenhuma intercorrência, surgiu silenciosamente a metástase nos ossos, fígado e pulmão.

Confesso que foi muito pior do que a primeira vez, não acreditava como podia ter o câncer voltado se eu estava fazendo todo o tratamento com medicamentos, exames periódicos, tudo certo, assim sem mais nem menos, invadindo minha vida novamente.

Passando o susto, voltei ao tratamento com as sessões de quimioterapia, que foram muito mais difíceis que a primeira vez, mas decidi que novamente iria lutar, não importando o que eu tivesse que passar, eu iria viver. Neste período conheci muitas pessoas que fizeram a diferença, e sempre pude contar com o apoio do meu marido, minhas 4 filhas, genros, meus netinhos e todos os meus irmãos e irmãs, sobrinhos enfim a família toda.

Há poucos dias descobrimos que minha irmã Sonia, de 50 anos, também está com nódulos no fígado, pulmão... Não sei se é uma infeliz coincidência ou é algo genético, pois já tivemos vários casos na família, mas eu sinto que depois disso eu fiquei mais forte, resolvi fundar uma associação para ajudar no que puder os portadores de câncer. Eu li em um livro que uma parte do câncer é emocional, eu acredito que seja, pois tudo fica pior quando você não vê uma luz no fim do túnel, e essa luz pode vir através de uma palavra dita no momento certo.

Quero agradecer muito à minha família, minhas amigas, que com certeza fizeram a diferença nessa caminhada, Alessandra, Dona Marina, Cremilde, Wanda, Cleuza... e todas as outras da Associação da Vila Sabrina, as meninas do Colégio Monte Sinai que estiveram comigo durante esse período, e a Seicho No Ie com palestras maravilhosas. Ao meu querido médico Dr. Francisco Marziona, Dr. Hézio que acompanha minha irmã, e todos os funcionários do IPC (Instituto Paulista de Cancerologia).

Sem dúvida à partir de agora estaremos juntos, trocando experiências, contatos, e principalmente para auxiliar pacientes sem convênio que dependem do SUS, que tem também excelentes locais para tratamento, mas quase não são divulgados.

Sejam todos Bem Vindos, e saibam que a partir de agora vocês tem uma aliada!!

Muito Obrigada!!